O ano de 2022 foi, definitivamente, um divisor de águas para o setor varejista. É fato que desde o início da pandemia da Covid-19, o varejo tem sido impulsionado a adentrar no universo on-line, entretanto, o ano anterior representou a consolidação da digitalização do setor no Brasil. 

Pudera, afinal, frente às diversas tendências, transformações tecnológicas e novas demandas de consumo, estar no meio digital provou-se indispensável para as empresas. Para se ter uma ideia, segundo o Relatório de Varejo 2022, realizado pela Adyen, 83% dos entrevistados disseram usar mais aplicativos de compras agora que antes da pandemia.

Para os varejistas, entretanto, não basta estar apenas on-line! Apesar de 94% dos comerciantes possuírem pelo menos um canal de vendas digital, segundo um levantamento da TOTVS, a adoção de novas ferramentas, recursos, estratégias e inovações tornou-se indispensável para manter o desenvolvimento e a sustentabilidade dos negócios. Prova disso é o que apontou o já citado relatório feito pela Adyen: 98% dos negócios pretendem abarcar mais tecnologia em suas experiências.

Dentre as inúmeras tendências e inovações que têm impulsionado o varejo no Brasil e no mundo, selecionamos 5 delas que, se ainda não estão, precisam estar no radar dos varejistas. Confira!

1. Retail Media

De uns tempos pra cá muito tem se falado sobre uma estratégia que está causando uma verdadeira revolução no varejo do Brasil e do mundo. O Retail Media, ou mídia de varejo, consiste na publicidade realizada nos canais de venda ou espaços publicitários do varejo. 

O grande diferencial dessa estratégia está na utilização de dados de comportamento de compra do consumidor para criar campanhas personalizadas. O Retail Media também se destaca por oferecer uma mensuração muito mais eficiente que outros formatos de publicidade. 

Analisando o histórico de compras para gerar insights sobre o perfil dos consumidores e seus hábitos de consumo, o Retail Media oferece insumos valiosos para as marcas criarem e aperfeiçoarem suas campanhas publicitárias, atingindo, assim, a audiência certa, no momento e canal certo. 

Muito mais que uma nova fonte de receita para os varejistas, que podem monetizar seus ativos de audiência e publicidade e aumentar os lucros, o Retail Media também oferece experiências mais aprimoradas aos clientes, impulsionando o tráfego para seus canais digitais. Além disso, a mídia de varejo também oferece benefícios bastante atraentes para as indústrias, tais como a possibilidade de uma segmentação mais precisa, um melhor alcance do público-alvo e uma maior visibilidade da marca.

2. Inteligência Artificial

Outra tecnologia que tem se destacado no setor varejista é a inteligência artificial. Para se ter ideia, um estudo realizado pela consultoria The Harris Poll, a pedido do Google Cloud, concluiu que os varejistas deixam de ganhar mais de R$ 1,6 trilhão no Brasil a cada ano por não investirem em inteligência artificial. 

A partir dessa informação já dá para imaginar o tamanho da oportunidade que a IA tem a oferecer, não é mesmo? Vamos pensar em um exemplo prático: uma das maiores dores do varejo, em especial o físico, diz respeito à ruptura de estoque. 

Ao ser capaz de registrar com precisão os dados do real consumo das lojas, a IA fornece informações e sugestões acuradas sobre a necessidade de reabastecimento, evitando assim prejuízos relacionados às vendas perdidas em razão da indisponibilidade de estoque e melhorando as operações das lojas.

E não para por aí! A Inteligência Artificial também é uma ótima ferramenta de apoio para a publicidade. Com ela é possível identificar e segmentar públicos, criar anúncios atrativos e que, de fato, impactam o público certo e personalizar a jornada de compra dos clientes.

Além das vantagens oferecidas pela IA, vale ressaltar que o segmento, que está em franca expansão, deve movimentar um mercado bilionário nos próximos anos. Segundo dados do CompTia, estima-se que até 2026 os gastos com essa tecnologia devem chegar a US$ 20,05 bilhões.

3. Omnichannel

As necessidades, hábitos e até mesmo as preferências dos consumidores estão diretamente relacionadas às transformações pelas quais a sociedade passa. Um bom exemplo disso diz respeito à quantidade de novos clientes que passaram a fazer compras on-line no período da pandemia. 

Em meio às altas taxas de contágio e a necessidades de isolamento social, somente em 2020, as vendas on-line ganharam 13 milhões de novos consumidores no Brasil, segundo levantamento da Ebit/Nielsen. 

Passada a fase crítica da pandemia, é seguro dizer que o hábito de comprar pela internet continua vivíssimo! Entretanto, muito mais que pensar em estratégias especificamente voltadas para o e-commerce ou para as lojas físicas, atualmente é essencial que os varejistas pensem em uma estratégia omnichannel (ou omnicanal). 

O omnichannel é uma estratégia de vendas que integra diferentes canais de comunicação a fim de oferecer para os clientes uma experiência de compra completa e híbrida, integrando o varejo físico e digital. Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Invespcro, empresas com estratégias omnichannel retém, em média, 89% de seus clientes. E mais! Segundo o Relatório de Varejo 2022, realizado pela Adyen, 85% dos entrevistados buscam por estabelecimentos que ofereçam uma jornada de compras multicanal. 

Pudera, afinal, permitir que os clientes pesquisem on-line e finalizem as compras da maneira que preferirem, seja pelo WhatsApp, presencialmente, app ou e-commerce da loja, garante maior liberdade e praticidade para o consumidor. 

De acordo com dados divulgados pelo Google no Think Commerce, 9 em cada 10 brasileiros pesquisam online antes de comprar. Além disso, o consumidor passa, em média, por 6 sites até decidir, de fato, pela compra. 

4. CRM (Customer Relationship Management

O CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente, em tradução para o português) é um sistema de gestão que registra todos os pontos de um contato que um consumidor tem com o vendedor de uma empresa.

Em suma, esse é um recurso estratégico fundamental para as empresas que desejam construir e melhorar o relacionamento com os clientes. A partir dele, o varejista pode identificar, personalizar e ativar uma oferta específica, para o cliente certo, no momento mais propício de compra, por exemplo. Essa experiência de receber ofertas personalizadas é o desejo de pelo menos 67% dos brasileiros, de acordo com o relatório Seasonal Insights, encomendado pela Meta e realizado pela Offerwise.

Outros dados que reforçam a importância de oferecer atendimento e experiências personalizadas são os que foram apontados pela Adyen no Relatório Varejo 2022. Segundo o documento, 70% dos consumidores não voltam a fazer negócio com uma marca quando passam por uma experiência desagradável e 77% dos entrevistados esperam vivenciar boas experiências de compra.

Além de melhorar o relacionamento e aumentar a eficiência no atendimento dos clientes, o CRM também possibilita aos varejistas um conhecimento mais aprofundado sobre o perfil e hábitos de consumo dos clientes. Isso, por sua vez, colabora diretamente para a diminuição do Custo de Aquisição de Clientes (CAC), aumento do faturamento e fidelização do cliente. 

5. Conversational Commerce

Muito mais que um formato de vendas que permite a interação em tempo real entre o consumidor e o vendedor ou marca, o Conversational Commerce é um canal para os consumidores esclarecerem suas dúvidas, consultarem as atualizações dos pedidos, acessarem informações de pagamento e muito mais. 

Essa tecnologia, geralmente realizada pelo Whatsapp, permite que o varejo faça vendas pelo aplicativo, por exemplo. Os consumidores enviam a lista de compras e rapidamente um carrinho de compras é montado e os itens são entregues na casa do consumidor. 

Isso comprova os dados da pesquisa Trends & Insights On Live Chat Statistics, feita pela Magellan Solutions, que aponta que 91% dos clientes desejam contar com uma assistência em tempo real. Isso inclusive, segundo um relatório da Zendesk, pode ser um fator determinante para a conversão de uma compra. 

O estudo descobriu ainda que 89% dos entrevistados consideram que uma resposta rápida em um primeiro contato do consumidor com a loja/marca é um fator de peso no momento de decidir em qual loja realizar a compra.

Depois de conhecer algumas das inovações que mais têm impulsionado o varejo, podemos afirmar que a transformação digital orientada por dados, bem como o compromisso em oferecer uma experiência personalizada para os clientes são pontos extremamente cruciais para o crescimento e desenvolvimento do setor. 

Como falamos nesse artigo, o Retail Media é uma das principais transformações do varejo, por isso, convidamos você a acessar o conteúdo “Retail Media – Prepare-se para a nova onda”. Aproveite para se aprofundar na terceira onda da publicidade digital!